sábado, 22 de outubro de 2011

TUDO UMA QUESTÃO DE SEGURANÇA

Extracto de uma carta escrita em 2003. Estava furioso com a situação....


Nos USA agora recebemos as autoridades no exterior, vêm de helicóptero, por causa do tal de Security, então fazem inspecções ao navio para saber se estamos com um bom nível de “Security” e enquanto não estivermos não entramos, diz lá se não são uns filhos da p*** em grande escala. Eles impuseram ao mundo esta treta do security. Para saberes o que é o security e a estupidez desta merda dou-te um exemplo. A sala da ventilação e ar condicionado do navio é considerado zona sensível (todo o navio é zona sensível excepto os camarotes dos marinheiros) por isso tem de estar fechado à chave, estando esta à guarda do chefe de máquinas. Sempre que lá vou tenho de pedir ao chefe de máquinas a chave para poder entrar, em porto além da chave ainda tem um selo. Vai significar que o pessoal vai deixar de lá ir, quando se lembra não tem a chave e manda tudo à merda. O outro exemplo é para mim o mais criminoso. A casa da máquina está trancada à chave, só se entra por um sítio, o elevador, o que significa que se houver uma emergência ficamos lá todos, porque as saídas de emergência, que fazem parte do plano de segurança (safety) estão trancadas por causa do plano de segurança (security). Ainda vai o chegar o dia que vamos ter o pessoal da Securitas aqui a controlar os marinheiros.
- “Oiça lá! Oh monhé de uma figa!!! (para um filipino) Aonde pensa que vai?” …. “Não vai não senhor, o comandante tem de passar uma autorização de entrada, isso é uma área segura!!!”…”Oh seu filipe (nome que os portugas dão aos filipinos) de merda, essa área segura é da responsabilidade da máquina, falta o carimbo do chefe….”
Como sabes, as qualidades dos Securitas nestes postos remotos tem de ser tipo ex-combantente pois podem aparecer uns monhés da Al-Quaeda e fazer explodir o navio e por isso não são escolhidos pelas boas maneiras.


Um navio, queres ver como ataco um navio? Apenas escolher uns malucos com cédulas (as escolas inglesas fartam-se de dar cursos a árabes) e juntar três ou quatro num petroleiro que vá para os USA, à chegada dominam a tripulação (fácil, envenenam a comida e tomam a ponte para não haver comunicações, aliás um deles será piloto e estará na ponte. Com o navio dominado, outro será de máquinas para manter a máquina a trabalhar, só falta atirar com o navio para a costa americana e encravá-lo na entrada de um rio, daqueles no Golfo do México que têm muitas refinarias, o navio afunda, explode, espalha milhares de toneladas de crude a arder. Resultado, uma data de refinarias a parar por falta de ramas, toda aquela área afectada, o rio fica fechado durante meses até que consigam tirar a carcaça do navio toda partida. Crise nos USA, refinaria parada nos USA implica uma data de gajos no desemprego, poucas vendas, pessoal não tem dinheiro, todo o comércio local fica afectado. Para um petroleiro lançado a toda a velocidade contra a costa. Bem talvez que depois de detectada alguma anomalia as autoridades façam um ataque com os Seal, entram de assalto no navio, matam toda a gente por segurança e depois dizem que foram os terroristas e depois explodem com as máquinas porque entretanto os terroristas encravaram os sistemas para não parar, o navio fica sem governo e continua a sua viagem (os terroristas não são parvos, uma vez no rumo, trancam o leme) e isto tem um andamento do caraças e lá vão os Seal montados numa bomba de crude prestes a espetar-se costa adentro. É claro que os terroristas já improvisaram uns dispositivos explosivo para rebentar com os tanques, é tão fácil, se esta merda explode uma data de vezes sem nós querermos, imagina como será quando quisermos.
Se eu imagino esta cena podes ter a certeza que algum tarado dos serviços de segurança dos USA também já pensou. Imagina que lhe deram crédito e os gajos entram em histeria (típico dos americanos). “Hey Boss, that ship didn’t answer!!”… “fuck!!! Waste them!!  Send the SEALS! Fast!!”. E lá vão os Seal atacar um navio grego com avaria no rádio e cujo electricista romeno (já não há radiotécnicos a bordo) tenta desesperadamente ler as instruções do rádio em norueguês para tentar repará-lo. Enquanto isso o comandante de nacionalidade russa dá uma descasca ao piloto indiano por ter ligado o rádio e tê-lo avariado. No meio dessa confusão toda, aparece um helicóptero dos Seal que metralha a ponte abatendo toda a gente. O atirador Seal tinha visto o comandante russo a pegar nuns binóculos e, mais tarde, em declarações aos seus superiores, jurou que o comandante era um terrorista árabe que tinha pegado num RPG e tencionava abater o helicóptero, o homem foi condecorado mais tarde por bravura e recebeu o Coração de Púrpura (condecoração americana para os heróis que recebem ferimentos em combate) porque queimou as mãos no cano da metralhadora que tinha aquecido de tanto disparar. O segundo helicóptero aterrou no convés desembarcando uma unidade de Seals que avançaram com uma barragem de lança granadas. Essa unidade Seal sucumbiu toda devido à explosão de um tanque. Mais tarde foi afirmado que viram um homem-bomba palestiniano a explodir com o tanque. Os helicópteros pediram ajuda (americano a gritar histérico no rádio por backup) tendo uma esquadrilha de A-10 respondido ao apelo e disparado várias rajadas do seu canhão anti-tanque (se dá para tanques também dá para navios tanques, noção americana de multi purpose) destruindo todo o casario e provocando várias explosões. Uma dessas explosões fez avariar um dos helicópteros que caiu no mar afundando-se e arrastando toda a sua tripulação e unidade Seal com ele. Desesperadas, as autoridades americanas deram ordens ao seu submarino de guarda à região para afundar o navio utilizando torpedos. O navio seguia desgovernado pois toda a tripulação tinha entretanto sucumbido ás explosões e ataque das autoridades quando apanhou com um torpedo a meia-nau e afundou-se partindo-se ao meio. O segundo torpedo entretanto lançado, desgovernou-se com a onda de choque e foi embater numa plataforma de petróleo provocando um derrame maior que o provocado pelo navio seguido de um estrondoso incêndio. Mais tarde foi afirmado que os terroristas que tinham tomado o navio tinham feito sair uma lancha rápida e atacado de forma suicida a plataforma de petróleo. Mais tarde foi mostrado na televisão o presidente Bush com ar pesaroso a prestar as ultimas homenagens aos bravos soldados caídos nesta ultima refrega contra o Mal. A nação americana encheu-se de luto e proibiu a entrada de petroleiros em águas americanas. Agora todo o petróleo para os USA é descarregado no Canadá e no México seguindo de pipeline para os USA. O Canadá dando provas de uma politica verde fez um documento que obriga as tripulações dos navios a selarem todas as linhas e anzóis existentes de modo a que as tripulações não pesquem bacalhaus. A tripulação portuguesa de um navio de uma companhia americana foi toda detida durante 3 dias por estar a comer bacalhau com batatas. Só depois de 3 dias de interrogatórios e de ter mostrado a factura da aquisição do bacalhau em Espanha é que foram libertados, mas foram todos expulsos do país. A companhia foi depois multada por ter deixado o navio sem os mínimos de tripulação.
E assim vamos vivendo a Security.


Publicado no SOL em Tuesday, December 12, 2006 4:06 AM

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Uma gaivota disse: