quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Robalo

Estava um dia frio, a água estava inicialmente limpa e depois turvou um pouco, andava a mergulhar a profundidades entre os 8 e os 12 metros e os falhanços eram tremendos embora já tivesse apanhado uma boa santola.
Decidi afastar-me para ir espreitar umas pedras mais longe. Devo acrescentar que a minha apneia não é nada de especial e o cansaço já começava a dar sinal de vida. De repente estava por cima duma pedra com um grande buraco que dava para a areia quando notei um movimento à entrada do buraco.
Armado com a minha Asegai Júnior desci sem grande fé para dar uma espreita no buraco.
Era o sonho do pescador. Um grande buraco cheio de robalos grandes a nadar calmamente. Primeiro tiro (um bocado precipitado), o arpão fica a vibrar sinal de ter um peixe preso e venho para cima com falta de ar. Quando olho para o arpão que vinha atrás de mim, brilhava singelo com a falta de peixe. Sem desmoralizar e com o coração super acelerado de excitação carrego a arma e volto a descer.

Desta vez faço uma aproximação lateral, espreito com calma, escolho a presa e disparo. Já não puxo pelo arpão, vou lá dentro buscar o peixe e subo apressadamente.
Já à superfície acabo com o peixe e ponho-o no enfião e muito calmamente deu-me um ataque de estupidez. Como sou bom rapaz e gosto de compartilhar as coisas pus-me a chamar o meu amigo e parceiro de caçadas que estava um bocado afastado.
Acontece que o meu companheiro estava apanhar um safio e não me ligou nem ouviu. Deu-me cá uma tal irritação que abandonei o buraco e fui chamá-lo.
Moral da história. Quando voltei ao buraco com o meu amigo, ele ainda apanhou um robalito desgarrado, os outros devem nesta altura estar a contar aos netos que devem a vida ao teimoso mais burro da terra.
Mas o que eu trouxe soube-me muito bem cozidinho com batatas e legumes.
Por: Jimmy

Publicado no SOL na terça-feira, 8 de Julho de 2008 23:06

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